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Conhecida como ‘lettering’, a prática de transformar letras desenhando-as do zero de forma livre e criativa é considerada praticamente uma arte. Feitas a mão, pelo computador ou em mesas digitalizadoras, e se desprendendo de limitações e modelos, além de ser uma forma de liberdade de criação também pode ser um hobby muito legal e prazeroso. Nesta edição, confira as dicas da Alessandra Bohneberger, do Colégio Positivo – Júnior, para desenvolver essa habilidade e exercitar a criatividade quando quiser.
“Ultimamente estou tendo muitas oportunidades de desenvolver algo que sempre foi um hobby: o lettering. Quando se fala nisso, é importante frisar que o lettering é diferente da caligrafia, uma vez que o primeiro se concentra no desenho das letras e seus acompanhamentos e o outro é uma escrita mais direta e historicamente conhecida por seus traços de antiguidade.
Sempre gostei de tudo que envolvesse atividades artísticas e manuais, como pintar pequenos quadros, arriscar esculturas em argila, esboçar e costurar roupas ou desenhar. Mas as mais queridas sempre foram a escrita e a leitura.
Aqueles que são atuantes no meio educacional já ouviram falar dos principais estilos de aprendizagem: visual, auditiva, leitura/escrita e cinestética. Fui me descobrindo em um pouco de cada uma dessas aprendizagens quando comecei a praticar o lettering, no final do Ensino Médio. Para estudar para os vestibulares, percebi que me apropriava mais do conhecimento quando escrevia de forma organizada e criativa enquanto escutava as aulas.
Obviamente, o conceito de “belo” é subjetivo. Porém, tenho buscado saber e observar mais sobre como a criatividade, a organização nas criações e exposições artísticas e a escrita podem influenciar a aprendizagem e o cotidiano. É fundamental ponderar sobre os benefícios que o planejamento, a organização e o zelo nas propostas trazem para quaisquer que sejam nossos contextos e finalidades, e essa é uma reflexão que o lettering potencializou em minha vida.”
Dicas para começar a desenvolver o lettering:
1. Busque materiais para o treino
Aqui, é essencial que comece te dizendo: a prática (e coloca prática nisso!) é a chave-mestra!
Inicie aos poucos, escolha frases e treine o básico, se comprometendo a fazê-lo cada vez melhor. Observe em quais pontos tem mais facilidades e quais são os seus limites. O que precisa ser aperfeiçoado?
Lembre-se: é a atenção aos detalhes que difere esse processo. Você pode comprar ou imprimir modelos para treino ou começar treinando numa folha em branco.
2. Comece pelo básico (mesmo!)
O básico é a sua caligrafia, o traçado e o peso ou leveza da sua mão ao manusear a caneta. Escolha uma frase e escreva as palavras com diferentes tipos de letras desenhadas. Ah, outra dica básica é sempre utilizar linhas para orientação.
3. Procure materiais diferentes para iniciar
Agora que você se interessa pelo assunto, é hora de esquecer um pouco a boa e velha caneta esferográfica azul. Para começar, tente investir em, pelo menos, uma caneta nanquim preta e uma brush pen. Essas canetas são utilizadas no lettering em papel e tela. A espessura da ponta e o tamanho das canetas varia de acordo com a sua produção. Telas maiores requerem canetas maiores e vice-versa.
4. Não pule etapas
O rascunho é essencial para um lettering organizado e prático. Assim, você não perde tempo errando e consertando as coisas. Faça o rascunho, observe se está agradável e, aí sim, comece os contornos e desenhos.
5. O falso lettering
Esse lettering é feito quando não se tem ou não se sabe utilizar uma brush pen (caneta que tem a ponta flexível e faz traços finos e grossos). É uma técnica para você praticar e enriquecer suas produções. Após o rascunho, contorne a palavra e, por fim, faça mais uma linha em cada letra no sentido em que, tecnicamente, as flechas indicam o que acontece quando se usa uma brush pen e, no exemplo seguinte, o falso lettering, feito com o preenchimento das linhas.
6. Busque inspirações
A palavra ‘criatividade’ pode assustar algumas pessoas porque traz consigo a suposição do “inédito”. Qualquer processo criativo requer a busca por inspiração, seja ela auditiva, emocional, olfativa, tátil ou visual. Por isso, no lettering, as redes sociais dão grande apoio. Busque inspirações no Google, Pinterest, Instagram e etc. Independentemente da natureza do seu projeto, busque outras inspirações sobre a temática, se conecte com ela e explore! Formas, elementos naturais, cores, texturas, público…
7. Prática, prática e prática
Por fim, reforço a dica da prática. Não desista no começo. Comece a desenvolver o lettering em um lugar de sua preferência, com boa iluminação, confortável e separe um tempinho para isso. Todos os elementos influenciam o processo e nossa percepção e atitude diante dele. Para além dos momentos específicos, adquira o hábito de rabiscar, isso mesmo, rabiscar! Quando estiver ocioso ou fazendo alguma anotação, pratique o lettering nesses momentos também!
“Nós somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito.” – Aristóteles
Para encerrar, a Alê deixou algumas inspirações de letterings que desenvolveu no Positivo Júnior para te inspirar a começar.
Alessandra Giovanna Nogueira Bohneberger é estudante de Pedagogia, atua como auxiliar no ensino Bilíngue no Colégio Positivo Júnior, na turma Infantil 4B1. Sempre gostou de estar em contato com os diversos campos da Arte e em especial a escrita e a literatura. Se considera uma pessoa amigável e solícita, gosta de estar em contato com as crianças, rir e cultivar bons momentos de aprendizagem, acolhimento e respeito.